Relógios são, entre outros vários adjetivos, objetos complicados.
Isso parece óbvio, já que para funcionar de maneira tão precisa e constante, os mecanismos internos são realmente muito complicados e detalhados. Mas toda essa complicação vai muito além do que imaginamos: no mundo dos relógios, qualquer função de um relógio mecânico que vai além da função básica de mostrar as horas, minutos e segundos é chamada de “complicação”.
Atualmente, existem diversos tipos de complicações de relógios, com diferentes funções, modos de funcionamento e níveis de complexidade, das mais simples até as mais… sim, complicadas!
Essa é uma parte da horologia (a área de estudo que aborda a ciência e a arte relacionada aos instrumentos de medição de tempo) cheia de curiosidades e detalhes, e se você quer saber um pouco mais, vem com a Emponto que a gente te conta tudo!
Começando pelo simples: o movimento
Para explicar um pouco melhor as particularidades das complicações, primeiro é necessário explicar o básico, o que vem antes de qualquer uma delas.
Na horologia, o mecanismo interno que faz com que os ponteiros de um relógio se movam de maneira constante é chamado de movimento. O termo, é claro, teve origem a partir da combinação de peças e engrenagens que criam um movimento mecânico contínuo que faz o relógio funcionar.
Atualmente, existem vários tipos de movimentos de relógio diferentes, cada um deles criado com um objetivo específico, como diminuir o peso do resultado final do relógio, diminuir a quantidade de peças internas, simplificar o funcionamento, deixar o aparelho mais preciso, entre várias outras. Cada movimento diferente é chamado de calibre.
Hora de complicar: adicionando funções
Além do movimento simples, que é considerado o básico para todos os modelos de relógios mecânicos, diversos outros tipos de movimentos podem ser incorporados em um mesmo aparelho, adicionando funções diversas que deixam o relógio ainda mais sofisticado e útil para os mais diferentes usos.
E — como já falamos anteriormente — apesar do nome, uma complicação não precisa ser uma função fora do comum ou particularmente diferenciada: qualquer função extra já é considerada uma complicação, independentemente do seu nível de complexidade.
Mostrador simples que indica o dia do mês como nesse relógio feminino lançamento da SEIKO? É uma complicação. Indicador do dia do mês, bússola e altímetro indispensáveis para os aventureiros como nesse modelo de relógio masculino da CITIZEN? São três complicações. Indicadores de dia da semana, dia do mês e de fases da Lua como nesse modelo da Champion? Também são três complicações.
Com o surgimento dos relógios digitais e, depois, dos smartwatches, o conceito de complicação também passou a abranger qualquer adicional necessário para que esses modelos também contassem com funções extras, seja de hardware (as peças internas ou externas do relógio) ou de software (o sistema operacional do relógio).
Só falta falar: o relógio mais complicado do mundo
Em 2015, a relojoaria de luxo Vacheron Constantin celebrou seus 260 anos de história com a finalização de um projeto que levou mais de oito anos para ser completado: o que é considerado o relógio mais complicado do mundo.
Com 98 milímetros de diâmetro, 50,55 milímetros de espessura e pouco menos de 1kg de peso, o Reference 57260 conta com 2.800 componentes internos, 31 ponteiros e não menos que impressionantes 57 complicações.
Encomendado por um dos maiores colecionadores particulares de relógios do mundo, ele é um relógio de bolso, já que seria inviável transformá-lo em um relógio de pulso. Suas complicações podem ser divididas em quatro categorias básicas: cronométricas, que são relacionadas a contagem do tempo; astronômicas, relacionadas aos fenômenos dos céus; as de badalos e alarmes; que se relacionam com os sons que ele emite e quando são emitidos; e os gerais, que abrangem todas as outras complicações que não se encaixam nas outras categorias.
Honestamente, é até um pouco difícil escolher quais são as complicações mais interessantes desse aparelho tão único, mas faremos uma tentativa valente. Confira a lista!
– O relógio funciona no tempo sideral, onde cada dia dura exatas 23 horas, 56 minutos e 41 segundos por dia (as 24 que conhecemos são uma versão arredondada para conveniência);
– Além do movimento básico que mostra as horas, minutos e segundos, ele também conta com um indicador de hora mundial com 12 horários separados, com horas, minutos, dia e indicador de dia-noite;
– Calendário gregoriano permanente;
– Indicações de data com dia do mês, dia da semana e mês, com mecanismo de ano bissexto;
– Data retrógrada, ou seja, que automaticamente volta para o início do mês dependendo do dia em que o mês termina (28, 29, 30 ou 31);
– Calendário Financeiro nos padrões ISO 8601, que foi criado para padronizar diversas transações financeiras e de negócios no mundo todo;
– Calendário hebraico perpétuo com indicação de data, nome do dia e do mês do ano Hebraico, além de um calendário secular com indicação de século, década e ano;
– Indicador de Número Dourado, o que decide a data da Páscoa, com ciclo de 19 anos;
– Tabela das constelações visíveis no céu noturno da cidade do proprietário;
– Indicadores de estações, equinócios, solstícios e signos do Zodíaco;
– Indicações do horário do nascer e pôr do sol;
– Fases da Lua que só precisam ser ajustadas por um dia a cada 1.027 anos;
e muito, muito mais.
Por fora, as complicações são apenas funções do relógio extras que deixam o acessório ainda mais útil e versátil para o seu dia a dia. Mas por dentro, elas são verdadeiras obras de arte, que unem tradição e modernidade em peças únicas e cheias de detalhes incríveis.
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