Fusos horários

A hora do mundo: descubra o que são os fusos horários e como funcionam

Por admin

Se você é fã de esportes ou de entretenimento de outros países, já viajou para o exterior ou tem contato com pessoas que moram em outras regiões do mundo, com certeza você já teve que lidar com as diferenças nos chamados “fusos horários”.

E provavelmente você já deve ter se perguntado “afinal, o que é e como funciona o fuso horário?”

Criados usando a hora solar e as divisões verticais do planeta Terra como principais bases, os fusos horários padronizam a contagem oficial de horas ao redor do mundo, e foram criados para facilitar os diversos processos de comunicação, transporte e negócios que são tão importantes em uma sociedade globalizada.

Ao longo do seu processo de desenvolvimento, eles passaram por várias mudanças e adaptações até chegar no consenso que é usado hoje pela grande maioria das instituições oficiais, e em alguns níveis, continuam mudando de acordo com certas necessidades regionais.

Aqui na Emponto, nós somos fascinados não apenas pelos relógios como objetos, mas também pelo tempo em si e toda a sua influência, suas nuances e suas vertentes. Então, se você quer saber um pouco mais sobre como são definidos os fusos horários, sua história e algumas das curiosidades mais interessantes, vem com a gente!

Antes do fuso horário

Desde os primórdios da humanidade, o ciclo de dia e noite, com seus períodos de luz e escuridão, sempre foram o principal guia para a organização de rotinas que aproveitassem as vantagens e diminuíssem o impacto das desvantagens de cada um desses períodos. 

A evolução das estruturas sociais tornou essas rotinas cada vez mais importante, e a necessidade de medir esses períodos com cada vez mais precisão foi o principal motivador da invenção dos primeiros sistemas de medição de hora e dos primeiros modelos de relógio, que aconteceu em meados do século XVI a.C. em regiões do Egito Antigo e da Babilônia.

Dica Emponto: confira nosso post sobre as origens da medição do tempo aqui

Porém, durante a maior parte da história, a hora era uma característica totalmente local: cada região definia seu horário oficial como preferisse, geralmente seguindo os princípios da chamada “hora solar”, estabelecendo como meio-dia o horário em que o Sol atingia sua posição mais alta no céu — que, por causa do formato esférico do planeta Terra e do seu movimento de rotação, varia de lugar para lugar.

E em um mundo onde viagens a lugares distantes eram raras e extremamente longas, e não havia qualquer método de comunicação em tempo real entre regiões distantes, esse sistema era funcional o suficiente, e durou por vários e vários séculos.

A evolução dos métodos de transporte foi o primeiro fator a desafiar a funcionalidade desse sistema: no século XIX, os primeiros trens começaram a surgir, atravessando grandes distâncias em menos tempo. E por isso, saber exatamente em qual horário cada trem passava por qual lugar era essencial tanto para condutores quanto para passageiros.

Foi a partir dessa necessidade que surgiram as primeiras definições de horários oficiais e fusos horários, estabelecidos primeiramente pelas grandes companhias de trens e aos poucos, adotados por regiões e oficializados por governantes.

A Inglaterra foi o primeiro país a adotar um horário oficial válido para todo o seu território, em 1888, e nos anos seguintes, países como os Estados Unidos e o Canadá também instalaram suas versões de horários oficiais, divididos por regiões, respeitando as necessidades das diferentes partes de seus territórios. Ao longo dos anos, mais e mais países foram adotando padronizações e se encaixando em um sistema mundial organizado.

Mas, afinal, o que é fuso horário?

Em 1884, um pouco antes da oficialização inglesa, foi realizada a Conferência Internacional do Primeiro Meridiano, em Washington D. C., nos Estados Unidos, com o principal objetivo de estabelecer um método de padronizar o uso mundial da hora oficial, para que todas as regiões do mundo pudessem se encaixar dentro de um mesmo sistema.

O método escolhido foi o de fusos horários, baseado em uma proposta de anos antes feita por um senador do Canadá, e usava as longitudes como referência. 

Sabe as várias linhas presentes em diversos mapas e globos terrestres, que formam uma espécie de quadriculado sobre toda a superfície da Terra? As linhas verticais desse quadriculado, que vão do Pólo Sul ao Pólo Norte, são as que representam as longitudes.

Por causa de seu formato esférico, a Terra foi dividida em 360 graus, cada um deles correspondente a uma longitude diferente. Elas são usadas principalmente para descrever a localização de um ponto na Terra, e junto com as latitudes (as linhas verticais) elas ajudam a compor o conceito de coordenadas geográficas.

No método de fusos horários, essas longitudes foram divididas em 24 faixas verticais de 15 graus de largura, e cada uma dessas faixas representava um “fuso horário” de uma hora. 

O ponto escolhido como inicial — ou seja, a longitude 0° — foi o Observatório Real de Greenwich, na Inglaterra, uma das instituições astronômicas mais importantes da época. Esse ponto é conhecido como o Meridiano de Greenwich e também como Meridiano Principal, e o sistema ficou conhecido como Greenwich Mean Time (Tempo Médio de Greenwich), ou apenas GMT.

A partir desse ponto, uma hora era adicionada a cada fuso ao leste e uma hora era removida a cada fuso ao oeste, até o ponto onde esses fusos se encontrassem, no meridiano de 180°, localizado em uma região quase deserta do Oceano Pacífico, no exato oposto ao Meridiano de Greenwich.

Nesse ponto de encontro do mapa de fuso horário foi desenhada a Linha Internacional de Data, que determina a mudança de data no calendário seguido pelo sistema GMT: ao cruzar a linha de leste para oeste, é adicionado um dia ao calendário, e ao cruzar de oeste para leste, é removido um dia no calendário. 

Após algumas adaptações e alterações, o sistema GMT foi sucedido pelo sistema chamado de Coordinated Universal Time (Tempo Universal Coordenado), ou UTC, que hoje é o mais usado em níveis oficiais, como relações internacionais, operações militares, aviação e mais.

De fuso à zona: adaptações e mudanças

A divisão dos fusos horários em faixas longitudinais do mesmo tamanho é um ótimo sistema, em teoria.

Porém, essas divisões nem sempre correspondem às fronteiras entre países, regiões e subdivisões, e seus respectivos cenários políticos e sociais. Por isso, os fusos horários foram adaptados em zonas horárias, que levam todos esses aspectos em consideração para redesenhar certas partes das linhas e estabelecer horários que se adaptam melhor a cada uma das regiões.

Créditos: TimeZonesBoy, Public domain, através da wiki Wikimedia Commons / Wikipédia

É por isso que, nos mapas que mostram as divisões longitudinais, as linhas são retas e em intervalos regulares, enquanto nos mapas que indicam as zonas horárias vigentes, as linhas de divisões são mais bagunçadas, são irregulares em diversos pontos, e podem mudar a qualquer momento de acordo com determinações oficiais das diferentes regiões.

Apesar dessa diferença, na língua portuguesa o termo “zonas horárias” não é muito usado, e por isso, essas divisões acabam por ser mais conhecidas pelo nome das divisões originais — fusos horários.

Por causa de sua localização geográfica e também de sua largura, não existe um único fuso horário do Brasil. Na verdade, o país encaixa em quatro diferentes fusos horários: o Horário de Fernando de Noronha UTC-02:00, o Horário de Brasília UTC-03:00, o Horário da Amazônia UTC-04:00 e o Horário do Acre UTC-05:00. Para ocasiões em que é necessário determinar um horário para todo o país, como na realização de eventos oficiais, o Horário de Brasília é utilizado como referência. 

Fusos (e confusos) pelo mundo

A transformação dos fusos horários em zonas horárias e as alterações feitas nessas zonas pelos mais diversos países e regiões deu origem a várias particularidades curiosas ao redor do mundo. 

Algumas regiões decidiram adotar diferenças de períodos menores de uma hora em relação às suas zonas vizinhas, como 15 ou 30 minutos. Isso acontece geralmente em países atravessados por várias zonas horárias, e ajuda a diminuir as diferenças de rotina entre diferentes regiões de um mesmo território.

Já outros países decidiram reduzir radicalmente ou até mesmo eliminar essas diferenças, como a China: um dos mais extensos países do mundo, ela é atravessada por cinco fusos horários. Mas, por uma determinação do governo, que prioriza a unificação do país, todo o território chinês foi colocado na zona horária da capital Beijing, UTC+08:00. Isso faz com que em algumas regiões e épocas do ano, o meio-dia solar aconteça em horários muito incomuns, como às 3 da tarde, por exemplo.

Por causa do caminho traçado pela Linha Internacional de Data, é possível que duas regiões muito próximas uma da outra estejam em datas diferentes. Um dos exemplos mais expressivos é o caso do Cabo Dezhnev, na Rússia, que é considerado um dos pontos mais orientais do mundo, e o Cabo Príncipe de Gales, no Alasca, considerado o ponto mais ocidental do mundo. 

A distância entre esses dois pontos é de apenas 80 km, atravessando o Oceano Pacífico pelo Estreito de Bering, mas por cada um deles estar de um lado da Linha de Data, o ponto russo está sempre um dia à frente do ponto americano, mesmo que a diferença entre seus fusos horários seja de bem menos de 12 horas.

Os fusos e zonas horárias ajudam a organizar a sociedade moderna e facilitam a convivência e colaboração das mais diversas regiões do mundo, contribuindo para o constante progresso da globalização.

E se você quer acompanhar os horários de algumas das zonas mais importantes para você, um relógio de parede é uma ótima opção. Modelos como o relógio mundial QXA722B da SEIKO contam com quatro relógios independentes, que podem ser ajustados de acordo com os seus locais de preferência.

E para mais curiosidades e descobertas sobre o mundo dos relógios, não deixe de conferir mais posts no blog da Emponto! É só clicar aqui e conferir.

Posts que você pode gostar:

Deixar um comentário